Figura 1. Tempos modernos na escola – Repensar o currículo de
nossos cursos é fator primordial para a formação
profissional que desejamos. Disponível em https://jarbas.files.wordpress.com/2014/07/escolhas.jpg
profissional que desejamos. Disponível em https://jarbas.files.wordpress.com/2014/07/escolhas.jpg
A
retomada do funcionamento da cantina e a garantia de funcionamento dos
diferentes setores escolares em todos os turnos foram apontados, no debate
ocorrido do dia 01 de setembro, como propostas concretas para o
estudante-trabalhador e trabalhador-estudante. Ainda que sejam fatores
importantes – para todos os estudantes da Instituição – acredito que essa
questão precisa ser trabalhada com mais profundidade e com olhar atento para nossa
organização curricular, para além das questões administrativas.
Enquanto
o estudante-trabalhador tem sua fonte de renda garantida por oportunidades não
relacionadas ao curso, diluindo trabalho e estudo, para o trabalhador-estudante o estudo aparece
como contingência, ou seja, o sucesso ou progressão no trabalho geralmente
depende do curso.
As
duas situações pressupõem estratégias de ação da Instituição de ensino que
garantam, efetivamente, a inclusão, permanência e, sobretudo, possibilidades
concretas de viver o que essa Instituição oferece em termos de experiência de
ensino.
Como
candidata à Direção Geral do câmpus Salto, destaco nesse texto três propostas
para superação desse problema, ainda que outras sejam possíveis e necessárias.
1) Buscar, junto aos coordenadores de curso e
professores, espaços de realização de prática profissional intrínsecos ao
currículo
Mas o que isso significa? A prática profissional está
relacionada às oportunidades de “experimentar” o universo profissional durante
o curso. Assim, estágios, visitas técnicas, projetos de pesquisa e de extensão
configuram momentos de prática profissional. Ocorre que estudantes-trabalhadores
dificilmente conseguem estagiar, pois isso implica em abrir mão de sua fonte de
renda. Igualmente raro é o envolvimento dos
trabalhadores-estudantes-trabalhadores com projetos de pesquisa e extensão que
ocorrem no contra turno. Nesse contexto, propõe-se o incremento de espaços de
prática profissional no interior dos currículos (prática profissional
intrínseca ao currículo), o que passa, por exemplo, pelo maior espaço para a
realização de projetos como estratégia de ensino, pela valorização e maior utilização de
recursos de educação a distância e pela criação de espaços diferenciados de
aprendizagem, inclusive mediante maior aproximação entre IFSP e empresas da
região.
2) Buscar, junto aos coordenadores de curso e
professores, possibilidades de flexibilização curricular
Nossos cursos têm oferecido poucas oportunidades de construção
de itinerários formativos diferenciados, mesmo nos cursos superiores, nos quais
os componentes curriculares eletivos já são uma possibilidade concreta.
Propõe-se iniciar, junto aos coordenadores de curso e professores, estudos que
busquem identificar e propor estratégias de maior flexibilização dos
currículos, e que permitam aos estudantes maior autonomia sobre seu processo
formativo.
3) Definir procedimentos para o reconhecimento
de saberes nos cursos técnicos, especialmente no caso do trabalhador-estudante
De
acordo com Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Técnica de nível
médio, podemos promover o aproveitamento de conhecimentos e
experiências anteriores do estudante, desde que relacionados ao perfil
profissional do curso. Esses saberes podem ser originários de qualificações
anteriores ou mesmo de situação de trabalho. Segundo o texto das Diretrizes, o
aproveitamento de saberes “deve ser propiciada pelos sistemas de ensino como
uma forma de valorização da experiência extraescolar dos educandos, objetivando
a continuidade de estudos segundo itinerários formativos coerentes com os
históricos profissionais dos cidadãos”. Apresenta-se como proposta elaborar diretrizes
metodológicas para essa avaliação.
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